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LGBT na Literatura e o Preconceito


Vivemos em um mundo diferente agora, no melhor dos sentidos, comparado a épocas anteriores, principalmente em relação aos preconceitos existentes. Contudo, essa matéria não é sobre os preconceitos do mundo, mas sobre o mundo literário que amamos, especificamente os personagens LGBT que é o assunto desta vez.

Você já leu algum livro de temática LGBT? Se não, deve ao menos ter lido algum livro em que houvesse algum personagem gay, lésbico, entre outros. Esse assunto pode ser novo para alguns e velho para outros, mas não deixa de incomodar a sociedade. Digo isso em nome de leitores, escritores e de pessoas que não leem nem escrevem, mas sentem-se “estranhas” quando se deparam com esse assunto.

Não foi ontem, não foi hoje e nem será amanhã a última vez em que se vai falar da impossibilidade ou da inaceitabilidade de personagens de outra sexualidade em livros conhecidos ou não, e logo a seguir, a consequência do preconceito. Por que não se pode uma coisa simples dessa?

Grande parte da sociedade ainda não aceita o movimento LGBT, mesmo observando-os em filmes, séries, novelas, músicas... Eles estão nas ruas. Podem ser seus amigos, conhecidos, familiares e qual o problema disso? NENHUM. Vai afetar a sua vida? NÃO. Vai afetar os próximos a você? DE MANEIRA ALGUMA. São pessoas incríveis, maravilhosas, de bem com a vida sem querer o mau de ninguém, amigas e companheiras. Podem confiar!

Eu passei por uma situação parecida e farei um breve relato. Já faz algum tempo em que estava desenvolvendo meu segundo livro, um romance de temática LGBT. Perguntei a alguns leitores o que achavam após mostrar a sinopse do livro e claro, não esperava aceitação completa até porque são opiniões e opiniões devem ser todas consideradas válidas por vir de qualquer pessoa, da construção e instrução daquele ser humano. Porém, confesso que fiquei espantado com as dúvidas que surgiram: “É um romance, vai ter cenas hot? Tomara”. “Então, mas deixa eu te perguntar: ‘você é gay ou alguma coisa?’ Aliás, você está escrevendo algo do tipo”. “Mas você precisa ser gay pra escrever um romance desse”. Por fim, isso é suficiente para mostrar o preconceito, não com a obra, como percebem, mas com o assunto tratado e surpreendente, a obra foi relacionada à vida pessoal do autor.

Primeiramente, gostaria de dizer que meu assunto favorito, meu gênero favorito é Terror que, inclusive, serei autor de uma saga de terror que envolve exorcismo, demônios e tudo. Isso faz de mim um satanista? Acredito que não! Ninguém me vê por aí com um livro de bruxaria/magia negra andando na rua ou fazendo rituais estranhos. (Risos). É até engraçado esse tipo de pensamento! É como dizer que, uma pessoa que usa roupas pretas, também é considerada satanista. Um pensamento errado.

Segundamente, é o meu primeiro romance, e ainda, meu primeiro romance LGBT, vale ressaltar. Isso mudaria a minha sexualidade? Escrever um livro qualquer que seja o assunto, afetaria a minha vida pessoal? De jeito nenhum, e a sua caro leitor, muito menos seria afetada. Livros não são doenças, eles contêm mensagens importantes para a educação de qualquer ser humano. Doenças sim afetam a nossa vida.

Terceiramente, pense assim: imagine que você escreveu um livro sobre exorcismo. Depois escreveu outro sobre um romance LGBT, outro sobre serial killer, outro sobre preconceito racial e outro sobre o amor de um homem com uma menina menor de idade. Você seria um satanista ao mesmo tempo em que seria gay, assassino, racista e pedófilo só por ter escrito livros sobre esses assuntos? Claramente que não. E se alguém o julgasse como tal? Você não aceitaria. Esse é o ponto crucial.

Deveria ser de o modo de todo ser humano expandir seus horizontes, sair da zona de conforto, conhecer o desconhecido antes de julgá-lo como insensato, insustentável, entre outras palavras piores. E isso vale tanto para se conhecer outras pessoas como os livros. Você não pode argumentar sobre algo que não conhece, sua opinião seria vista como inválida e seria descartada.

No mundo em que estamos, porque não aceitar personagens homossexuais nos livros? E porque julgar os escritores que os criaram? Somos todos diferentes em vários aspectos e nem por isso devemos odiar o mundo inteiro. Você pode não abraçar, não aderir à causa do movimento (sua opinião é respeitada até aqui), mas saí por aí proclamando uma infâmia, uma blasfêmia por causa disso torna-se preconceituoso, uma pessoa radicalista, que generaliza tudo, julga alguns como o todo e você sabe que é errado. Por favor, respeite o próximo para ser respeitado. E seja feliz!


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