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Livro: Um Amor Incômodo

Autor: Elena Ferrante

Páginas: 176

Editora: Intrínseca

Ano: 2016

Classificação: 5+ – FAVORITO

Sinopse: Skoob

Quem já teve conflitos familiares vai se identificar muito com esse livro.

Elena Ferrante nos apresenta seu primeiro livro escrito, porém o último a ser publicado aqui no Brasil. Um Amor Incômodo é uma história contada pela protagonista Delia, uma mulher em torno dos seus 43 anos que descobre que a mãe morrera. Tudo indica que fora suicídio, que sua mãe se afogara no mar, mas ela não está muito certa disso pelas circunstâncias em que sua mãe Amalia fora encontrada.

Delia parte então de volta para Nápoles, a cidade onde fora criada. Delia resolve investigar o paradeiro da morte de Amalia, pois não acredita que ela se matara. Ela terá que lidar com três homens difíceis: Filippo, o tio; o próprio pai que era um homem terrível e Caserta, o homem que fora apaixonado por Amalia. Ela terá que enfrentar o ambiente e as pessoas que ainda vivem na cidade que nasceu.

Um Amor Incômodo realmente tem o adjetivo-título do livro, é um livro incômodo. É perturbador e viciante acompanhar Delia que é uma personagem meio duvidosa e seus caminhos perigosos, sua relação no passado com a mãe, o pai e o seu amor de infância, Antonio. E por ser um livro um pouco complicado de acompanhar, no entanto, com uma história muito visceral, que eu realmente recomendo. Recomendo principalmente pra quem teve uma relação conturbada com a própria mãe, há o perigo de você se identificar!

 

 

QUOTES:

 

“Minha mãe se afogou na noite de 23 de maio, dia do meu aniversário, no mar de um lugar chamado Spaccavento, a poucos quilômetros de Minturno.”

“Quando entramos na casa de uma pessoa morta recentemente, é difícil acreditar que esteja deserta. As casas não guardam fantasmas, mas retêm os efeitos das últimas ações em vida.”

“Eu já começava a imaginar com aversão sua velhice secreta na qual brincava com o próprio corpo o dia inteiro, como talvez tivesse feito quando jovem, se meu pai não houvesse interpretado aquelas brincadeiras como um desejo de agradar outros homens, uma preparação para a infidelidade.”

“Eu tinha dificuldade em aceitar que ele desse razão ao meu pai e culpasse minha mãe. Era irmão dela, a vira centenas de vezes inchada por causa de tapas, socos, chutes; contudo, nunca movera uma palha para ajudá-la.”

“Nós, filhas, tínhamos vergonha dele e acreditávamos que podia nos machucar da mesma forma como ameaçava fazer com qualquer pessoa que tocasse nossa mãe.”

“Uma vez cismou que um homem na multidão a tocara. Estapeou-a na frente de todos; na nossa frente. Fiquei dolorosamente assombrada. Eu tinha certeza de que ele mataria o homem e não entendia por que, em vez disso, a esbofeteara.”

“Percebi que estava perdendo minha mãe para sempre e que era exatamente aquilo que eu queria.”

“Quando Caserta foi embora, meu pai, sem aviso prévio, bateu em Amalia duas vezes no rosto com a mão direita, primeiro com a palma, depois com o dorso. Eu me lembrava com precisão daquele gesto, com seu movimento ondulante, que primeiro vai e depois volta: foi a primeira vez que o vi fazer aquilo.”

“Fiquei com medo de ele nem ter se dado conta de que o rato com o qual se divertiu por boa parte da vida estava fugindo para se afogar.”

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