TEMPLO DOS LIVROS

Em O Papel de Parede Amarelo, Charlotte Perkins Gilman nos presenteia com a seguinte história: uma mulher que sofre de uma doença dos nervos e seu marido John resolvem passar um pequeno tempo num casarão para que a mulher possa estabelecer e melhorar sua cabeça.

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Chegando ao local, John resolve que sua mulher deve ficar no quarto do andar superior, onde na parede está um horrível papel de parede amarelo. A mulher resiste, mas acaba aceitando. Ela pensa que, pelo marido e o irmão dele serem médicos, ambos sabem o que é melhor para ela.

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Com o tempo, a protagonista acaba ficando apreensiva com o papel de parede e descobre mistérios em seu desenho padronizado e que também há uma mulher presa nele. A esposa quer contar para alguém, mas não quer que todos pensem que ela esteja piorando o seu quadro ou que esteja louca, então ela começa a escrever tudo o que pensa e observa no dia a dia e no papel de parede amarelo que a assusta e fascina ao mesmo tempo. É assim que a história nos é contada, pela visão da protagonista de nome oculto.

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É um conto do qual muitas pessoas dizem ser de terror, de suspense, mas o ponto principal não é isso. É um conto mais autobiográfico, pois se trata sobre feminismo. E Charlotte Perkins Gilman era uma feminista da sua época, então esse conto tem muito de si e das ações da luta pelo movimento. Você percebe que a protagonista se identifica com a mulher que ela pensa ver no papel de parede amarelo, que não só a mulher da parede está presa como a própria protagonista e ela sente que precisa libertar todas as mulheres presas no papel, inclusive a si.

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O final deste conto é surpreendente. É possível sim que em poucas palavras, muita coisa possa ser dita. Basta ler e se atentar ao que está sendo dito. Não é preciso muito e este conto (narrativa de curtíssima duração) diz muita coisa. Recomendo fortemente principalmente pelo assunto que aborda.