TEMPLO DOS LIVROS

Bem, eu não sei começar a resenha desse livro. Sei que isso é repetitivo, mas nesse caso é algo muito bom!

 

“Menina Má”, escrito por William March, é um livro excepcional em todos os sentidos e não tinha como deixar de favoritar. Mas eu sou suspeito, pois adoro histórias e filmes com brinquedos, crianças ou coisas do mal ou amaldiçoadas. Gosto de histórias inovadoras, assuntos novos. Contudo, eu já tivera certa intuição de que gostaria dessa e não falhei!

 

A história é sobre Rhoda Howe Penmark. Rhoda é filha de Christine e Kenneth Penmark. É uma menininha linda, adorável, com boas maneiras além da sua compreensão, ela só tem 8 anos. Quando sorri, mostra sua covinha unilateral que todos se apaixonam. Além das inúmeras e maravilhosas características, ela se dá muito bem com os adultos, não há um que não goste ela, mas em relação a fazer amigos, é péssima nesse quesito. As crianças fogem dela por puro medo.

 

O caso da trama é que num campeonato de melhor caligrafia, Rhoda competia com um colega de escola e nisso, Claude Daigle ganhou a medalha de melhor caligrafia. Rhoda não deixa transparecer sua negatividade com isso, incialmente, mas ela tem por si, que a medalha é sua de qualquer jeito. Logo após esse vento, as irmãs Fern, donas da Escola Primária Fern, pretendem levar as crianças para um piquenique em sua propriedade e enquanto isso, Christine se diverte com os amigos vizinhos em sua casa.

 

Ao ouvir no rádio que uma criança se afogara no cais da propriedade Fern, ela começa a se preocupar achando que é sua filha. Mas não demora o rádio anunciar que foi Claude Daigle que morrera afogado no cias.

 

Em tempo, Christine pensa em consolar a filha pela tragédia com o amigo, mas percebe que Rhoda não se importou com o fato, além de que, percebe também a indiferença, a frieza, a sobriedade dos sentimentos da filha, o que é muito estranho para uma criança.

 

Com o passar do tempo, Christine começa a suspeitar algumas coisas da filha, coisas que Rhoda omitira ou mentira sobre o caso, como por exemplo, saber que ela própria foi a última a ver o menino antes de morrer. Marcas aparecem no corpo ele. E não fica só por isso. Christine começa a descobrir coisas do seu passado que podem ajudá-la a responder perguntas que a atormentam durante a investigação. Teria Rhoda visto ou participado dessa tragédia? Algo poderia ser feito para evitar? Crianças podem se tornar criminosos frios e calculistas? Uma menina inocente poderia ser uma semente ruim e causar tanto mal assim?

 

William March tem uma narrativa que flui de maneira calma e comum, você consegue entender todas as linhas. Pode-se dizer que é um narrador descritivo no ponto ideal, todos os assassinatos, dados e histórico familiar dos criminosos é detalhado de maneira completa e perfeita de um jeito que você não quer largar o livro até acabar. Eu acho que é um dos raros autores que descrevem as cenas detalhe por detalhe e você não fica entediado com isso, pelo contrario, você quer saber mais coisas sobre os crimes e tudo.

 

O narrador se ocupa em mostrar tudo o que está acontecendo em sua volta, ele é onisciente. Está presente na cabeça de todos os personagens mostrando-nos os sentimentos e suas características, exceto Rhoda. Rhoda é um enigma específico. O autor deixa o leitor pensar o que quiser da sua personagem principal até o último capítulo do livro, até o final.

 

E que final hein, meus amigos! Diga-se de passagem, me deixou surpreso demais! Você acompanha Christine na sua jornada de busca por respostas e quando tudo se esclarece, você se pergunta: “e agora, como vai acabar isso?”. Pois é, eu me fiz essa pergunta várias vezes e o final foi mais do que aceitável, foi um “grand finale”.

 

Bem, deixo a vocês só esses pontos positivos da obra, não há nenhum ponto negativo. Um suspense com toques de drama e mistério, claramente, que leva o leitor a não largar mais o livro. Pela resenha, não precisaria dizer, mas já dizendo que, para os amantes de um bom suspense, esse livro é muito mais que recomendado e tem uma introdução muito interessante sobre o autor, apenas para o vosso conhecimento. Recomendo que leiam, Menina Má de William March.